"A Seita da Perfeita"

Nunca gostei de começar a escrever na página da esquerda, quando o caderno não é de espiral, sempre é tenso chegar até o final de cada linha, sem contar o espaço que sobra pela falta de equilíbrio em escrever sobre uma folha que não dobra.

Comecei esse texto pensando em escrever uma coisa grandiosa, intensa e emocionante, foi difícil escrever “emocionante” agora, quase perdi o equilíbrio, pelo menos foi sinestésico...

Aqui vou eu reclamar da hipocrisia e falsidade no mundo... Que original falar que as pessoas usam máscaras, que sentem uma coisa, tentam agir de acordo e quase sempre falam e agem unicamente favorecendo-as.

Não temos mais uma juventude virtuosa, não sei se algum dia tivemos, porque minha juventude é agora, em 2011 e precisamente no Rio de Janeiro onde o culto ao corpo e imbecilização coletiva é praticamente uma Seita. Temos perfis virtuais assumidos agora, antes era só “disse me disse”, agora temos o facebook, uma rede social na internet onde as pessoas tentam se fazer bonitas, bacanas e interessantes. Eu não poderia ser diferente, tirando a aversão do culto ao corpo e a imbecilização coletiva, eu também tento parecer legal, eu posto fotos que acho bonitas, espero que as pessoas gostem, eu posto músicas que eu gosto, esperando que alguém diga “amo essa música”, eu também espero ver as outras pessoas sendo legais, postando coisas interessantes, trocando idéias, compartilhando interesses em comum. Isso é o que eu espero e por isso ajo dessa maneira, porque na realidade, eu penso que pode ser um lugar para uma reeducação coletiva, um lugar onde as pessoas se acrescentem e evoluam... Mas isso é só o maior dos meus desejos, que importância tem os meus desejos se eu sou uma anônima, não celebridade, 90% dos meus amigos virtuais não significam nada, estão ali porque estão, talvez seja confortável ali porque eles não saem, então acho que eles se sentem a vontade. Inofensivos alguns e outros dramáticos falando o tempo todo sobre suas vidas pessoais e cada um tem uma experiência para ajudar a vida do outro, que no dia seguinte escreve o mesmo drama e outros vem com mais pílulas virtuais de solução. E assim caminha a humanidade, cada um checando as atualizações uns dos outros e quando não estão com o fucinho colado na tela do computador, estão falando sobre o que o “fulano” falou da foto tal, do status qual, do relacionamento o qual só me da náuseas ver essa porra desse outro sistema, já não bastasse lidar com o capitalismo, não basta ter que interagir com pessoas que você quer longe porque pertencem a “Seita”, pessoas mesquinhas e superficiais, jovens virtuais criando seus perfis e projetando no plano físico, na realidade, seus neurônios devorados por pixels quando poderiam também se alimentar, só para manter um equilíbrio pelo menos né?!

Essas redes sociais são tão úteis e inúteis, maldito paradoxo, as vezes penso que beira a insanidade... Engraçado que eu estava assistindo a um seriado de TV (que eu baixo da internet, outro vício da juventude) “The Big Bang Theory” se chama, nesta série existe um personagem demasiadamente cômico por ser completamente inapto a protocolos sociais, e dedutivelmente fácil é dizer que ele é o mais adorado, exatamente pelo fato de ser autêntico, praticamente insensível, quase desprovido totalmente da capacidade de adaptação social e é onde reside a fórmula da sua comicidade: ele está ali e não se importa se é insensível ou requisitado para eventos sociais, para ele tanto faz a companhia dos outros porque ele tem a si próprio e seu vasto conhecimento em física, histórias, religiões, etc etc. E eu acabei de dar pause no episódio que estava assistindo justamente para anotar uma citação que ele usou alegando ser de Albert Einstein, segue: “Einstein define insanidade como fazer algo repetidamente e esperar um resultado diferente.”

Por esta definição acho que sou, ou estou agindo como louca para melhorar o convívio, para crescer, evoluir, ver as coisas se movimentando de uma forma que favoreça as pessoas em diferentes aspectos de suas vidas, incluindo a minha. Loucura ou burrice talvez, seja também uma boa definição, porque eu vivo repetindo as mesmas ações, obviamente seguidas por avalanches de frustrações, loucura!!!

Vou tentar não ser louca, não entrar pra “Seita” ou muito menos achar que sou Perfeita.

“O Resto é Bobagem”

Na moral, as pessoas não sabem o que querem, fato! Tem uma galera que procura a verdade e não acha nada e sofre, mas continua procurando, porque na minha opinião, o barato não é achar a verdade, e sim ficar agoniado procurando, o prazer é o processo... Até porque o que vai ser da vida das pessoas se elas não tiverem que desvendar um mistério, ou descobrir segredos e verdades que levam a outras até a ilusão de achar uma verdade absoluta. Esse comportamento me diz assim: “gostamos de nos iludir, é isso aí”. Sem ofensas, mas na boa, jura??? Muita gente tenta entender uma história e acha que foi enganado e sai numa epopéia pela verdade daquela situação e quando encontra, o prazer da suposta descoberta dura apenas alguns segundos, e a pessoa já se mete num outro rolo pra poder obter esses prazeres curtos novamente... E que fique claro que eu NÃO estou julgando ninguém, e que essa idéia toda que estou desenvolvendo aqui é a minha busca pela verdade, eu busco entender porque eu busco, e porque não eu só vivo apenas sem uma obrigação de buscar uma verdade...

Há muito tempo eu lido com o conceito da negação da verdade e a maior utilização da idéia do ponto de vista como uma possível verdade, como a verdade individual, cada um vê uma determinada coisa de um ângulo diferente, então, já está implícito o fato de que ninguém vê a mesma coisa, néam???

O que me faz pensar naquele ditado ou provérbio: “O pior cego é aquele que não quer ver.” E também na alegoria da caverna do Platão, que quase todo mundo deve ter lido na escola ou na faculdade (se não leu ainda, vale a pena, tem no Google), basicamente dizendo que não existe verdade dentro ou fora da caverna, são momentos, fases, pontos de vista... Chamem como acharem que faz mais sentido pra vocês, porque no momento o que está fazendo sentido pra mim, não é buscar nada, nem tentar entender que o pior cego é aquele que não quer ver, até porque literalmente, se ele é cego, não é opção dele ver ou não, ele simplesmente não vê e esse fato meus caros, não faz diferença pra um cego, porque se ele não vê, ele desencana e procura outra coisa pra fazer!!!!

"Se funcionar vai ser tudo!"

Gente que engraçado, esse ano todo mundo ficou estressadão, tipo: “a pena do passarinho caiu” – porra passarinho toma conta da sua pena, maldito filho da puta, agora vou ter que limpar – Coitado do passarinho, ficou sem um pena, tomou esporro, ficou de castigo, pobre passarinho... tadinho!!!

Eu ouvi outro dia, que o vizinho que cantava no chuveiro tava doente, eu fiquei tãooooooooooo feliz, mas tãoooooooooo feliz galera, vocês não fazem idéia. Agora, veja bem, eu fiquei feliz porque uma pessoa estava seriamente doente de cama impossibitado de tomar banho e praticar seu habitual canto, seu sagrado e diário ritual infernal... pois estava muito doente. Não me sinto culpada, acho que doenças estão por ae, assim como as prostitutas estão nas universidades travestidas de patricinhas, os travestis na Avenida atlântica e bactérias, vírus e psicoses estão em cada centímetro do nosso caminho, alguns se manifestam, como o vizinho que reclama do barulho e outros não.

De todas as doenças que eu tenho notado ultimamente, as mais recorrentes são originadas por processos psicossomáticos de desordens mentais como: depressão, manias, ansiedade e o mais popular: bipolaridade!!!

Há muitos anos tenho interesse sobre a história da loucura, da psiquiatria, até quero um dia estudar a fundo o filósofo Foucault e suas pesquisas e livros sobre o assunto, também tenho muito interesse em pessoas marcantes na história da artes como o pintor Vincent Van Gogh e o escritor Antonin Artaud abalados por transtornos mentais.

Tudo isso pra chegar num ponto: A BULA DO REMÉDIO DA MINHA MÃE

Gente, é a bula mais incrível que eu já li, acho inclusive que parece um release de livro de auto-ajuda em gotas, sensacional, tão sensacional que quero compartilhar com vocês:

INDICAÇÕES

Neuleptil (Periciazina) é indicado no tratamento de distúrbios do caráter e do comportamento, revelando-se particularmente eficaz no tratamento dos distúrbios caracterizados por autismo, negativismo, desinteresse, indiferença, bradipsiquismo, apragmatismo, suscetibilidade, impulsividade, oposição, hostilidade, irritabilidade, agressividade, reações de frustração, hiperemotividade, egocentrismo, instabilidade psicomotora e afetiva, desajustamentos

Agora eu me pergunto: esse remédio a médica receitou para ansiedade dela e insônia, mas sabe o que da vontade de fazer???

Uma campanha pra TODO MUNDO tomar esse medicamento, porque se ele consertar o que ele promete, é o elixir da paz eterna... que assim seja enquanto dure o vidrinho. Custa R$12,00, baratinho =)***

Afinal, é Redoxon ou Sonrisal?

Um amigo meu fala que os meus pensamentos são efervescentes, eu não entendi muito bem, dae ele me explicou lá o conceito, que eu também nem lembro qual era, mais eu adotei o "pensamentos efervescentes" e dei meu próprio conceito que é o seguinte, vem uma idéia de algo, geralmente irrelevante, dae eu vou fazendo associações, comparações, analogias, elaborando o racicínio, resumindo, um tricot mental danado, mas da vovó que tem 15 netos e tá chegando o inverno, significa então: tricot rápido, nessas efervescências são tiradas conclusões etimológicas através das idéias efervescente que depois eu acabo lendo em algum lugar e pensando: Uau!!! Eu cheguei a essa conclusão sozinhaaaaa, prolixidade as vezes é legal, você dá voltas, tipo na verdade é uma tergiversação aqui no meu caso, (aquela que quer embelezar o texto, pfffff...). Eu revi Vicky Cristina Barcelona hoje, ansiando pela cena da Penelope Cruz pintando com aquela roupa sexy, porque na boa, ver aquela cena no cinema foi de tirar o fôlego, então eu tava esperando a sensação Penelope chegar, mas ver a cena novamente, não me trouxe muita emoção, - Diogo memória do corpo é??? Cade??? - Dae eu lembrei, não adianta, tem certas coisas que a sensação é só uma vez na vida, andar no Kaboom, ver a cena Penelope no filme do Woody Allen pela primeira vez, eu posso falar um milhão de coisas que pela primeira vez provocam sensações incríveis, mas agora não lembro, porque eu to dando voltas pra lembrar a conclusão genial que eu tive hoje.

Tava tudo efervescente na minha cabeça, sempre que eu lavo louça, tenho reflexões profundas sobre inúmeras coisas, imagino que no geral as pessoas devem ficar pensando em outras coisas mesmo, porque afinal, ficar olhando louça suja não é lá muito interessante, mas o tato na louça sente a limpeza e o pensamento faz toda sua ronda de perseguição em busca de insights, talvez epifanias, com muita sorte ou muiiiiiita louça... nunca se sábado!!! Cheguei aqui, nesse ponto do texto, sem lembrar a maldita da idéia que vocês vão amar, é o tipo daquelas conclusões que se chega raramente e que respondem várias questões, sabem??? Bom, assim que eu lembrar aviso, foi mal ae galera, essa foi por pouco, quaaaaaaaaase... Lá!!!!!!!!!! Corri a beça... Sentiram?

"Ecletismo"

Eu sempre odiei essa palavra e seu significado, desde a minha adolescência eu pensava que ser eclética era não ter personalidade, afinal, não se pode gostar de tudo... Pode???

Outro dia eu percebi na library do meu itunes que ela vai de Astor Piazzolla a Stevie B, passando por slayer, wu- tang clan, camera obscura, velvet underground, kraftwerk e muito mais coisas conflitantes, enfim, cheguei a conclusão que com essa biblioteca esquizofrênica a dona só podia sofrer de algum distúrbio psicológico. Fui então procurar um psiquiatra, expliquei pra ele a situação e assim como eu, ele ficou chocado com o fato, não parava de repetir "Como alguém ouve o melhor do tango e em seguida ouve heavy metal, como é possível, ouvir música indie e ouvir funk??? Isso não faz sentido!" Até então o Dr. Psiquiatra não havia chegado a nenhuma conclusão diferente da minha, foi quando ele balbuciou - "Borderline"- eu logo comecei a cantar a música da madonna, ele disse não, não a música, o transtorno psicológico. Transtorno Borderline, eu perguntei do que se tratava, nem queiram saber, porém eu sei do que se trata pois ele me submeteu a um teste, literalmente um teste, eu tive que responder 10 questões, se acertasse 5 meu destino estava marcado para sempre... Ele me disse o resultado, eu acertei 7 e felizmente (ou nada felizmente porque eu fui diagnosticada com uma patologia) as que eu não acertei são as seguintes:

-Auto mutilação

-Tendências suicidas

-Comportamento psicótico

Ele me deu várias orientações, indicou terapia, e me explicou como lidar com os sintomas, de todos os sintomas o que mais me intrigou foi compulsão cleptomaníaca, dae eu lembrei que eu de vez em quando como chocolates e pego chicletes e saio sem pagar, mas achava bobagem, dae eu contei pra ele e ouvi o seguinte conselho: "Se caso aconteça uma grande compulsão cleptomaníaca e você for pega, saia correndo e grite FREE WINONA!!!!! e isso irá te salvar de complicações legais". Aceitei as orientações e fui pra casa pensando... Free Winona????

Não sei quem tem mais problemas, o Dr. Psiquiatra, euzinha ou a Winona.

Em todo o caso, fica a dica ;)

" 27/12/09 "

Bagunça!!!

Faltam 4 (quatro) dias no calendário cristão para o ano acabar e eu ainda estou uma bagunça. Eu não sei! Quero muito saber algumas poucas coisas, uma delas é a famosa "disciplina". Eu não entendo o que essa palavra significa exatamente, eu vejo que ela é aplicada em diferentes contextos, tais como: "dia a dia" ou cotidiano;

Exemplo: "Para as coisas funcionarem bem, é fundamental que haja disciplina";

Assim dizem os entendedores da disciplina cotidiana. Há também a disciplina escolar, acadêmica;

Exemplo: "Nesse caso medidas disciplinares tem de ser tomadas" mais um exemplo: " - Quantas disciplinas você pegou esse semestre? - Eu peguei 6, no semestre passado eu peguei 8 disciplinas e não dei conta". Certas vezes eu me vejo dando sugestões a alguns amigos dizendo: " - Ahhh... Se você tiver disciplina você consegue realizar isso, é tudo uma questão de disciplina".

Caros Amigos me perdoem a falácia pois eu não sei o que é disciplina, tenho uma noção da definição, mas envolvem tantas ações, que acho até que a palavra disciplina virou um acessório, alguns usam a disciplina diariamente, outros usam várias disciplinas simultaneamente, e eu... eu uso a disciplina vagamente.

"Diário dos Mortos"

Obviamente quem é fã de filmes de zumbi, sabe que o título desse post é a tradução do último filme do mestre (título merecido) George A. Romero "Diary of the Dead", lançado aqui no Brasil em maio desse ano. Eu fiz uma descoberta, logo depois de ver o filme e só hoje consegui voltar pra contar. Pasmem: As pessoas podem transitar entre os estados de zumbi e humano, foi o que me aconteceu, e eu confesso que é uma experiência aterrorizante se transformar em zumbi, porém, como criatura curiosa, queria tentar trocar uma idéia lá com os mortos-vivos... A maioria só faz uns grunhidos, e outros balbuciam umas coisas estranhas que até parece com algo muito sábio, tentei decifrar de todos os jeitos possíveis, afinal, meu cérebro estava bonzinho ainda e meu corpo não havia entrado em estado de putrefação, eu me sentia meio estranha sendo uma "zumbi-híbrida", fiquei durante bastante tempo vagando entre eles, cara, os zumbis são meio engraçados, mas também (of course) bem estranhos, eles ficam vagando sempre até o final da estrada e depois retornam ao começo e depois ao final em caminhos sinuosos, incessantemente. Numa dessas caminhadas malucas, eu mudei a rota e fui pra outro canto ver se rolava alguma coisa difrente, para minha surpresa, encontrei um zumbi sensacional, recém transformado como eu, era um "zumbi-híbrido" ele se tornou meu amigo e conversamos muito, me parecia muito familiar, contou que viveu pouco mais que um século e foi um grande cientista, me contou teorias e aventuras fantásticas e disse que estava cansado de viver entre os humanos e me perguntou se eu gostava de ser uma zumbi-híbrida, eu disse que tudo estava muito mais do mesmo até encontrá-lo, e que eu sentia sim falta de ser puramente humana, mas estar ali com ele, ouvindo histórias extraordinárias, me fazia esquecer um pouco da humanidade que também estava mais do mesmo assim como o mundo dos zumbis... E foi então que meu amigo zumbi me explicou que eu deveria decidir naquele momento em qual lado eu preferia estar, pois, eu era uma anomalia e logo seria rejeitada tanto pelos zumbis quanto pelos humanos... Como vocês podem ver (ler) escolhi os humanos, embora haja um monte de chatices, eu pensei no zumbi style que eu conheci e em todas as histórias incríveis que ele me contou e me deu uma vontade absurda de ver se o sacana tava me zuando ou se tudo é verdade... Então, retornando diretamente do mundo dos mortos, estou aqui, no mundo dos vivos, bastante confusa ainda, com o cérebro meio danificado e portadora de um diário dus infernus!!!!!!!!!!